domingo, 30 de outubro de 2011

Saneamento e o turismo


        O saneamento básico é um dos principais problemas para o desenvolvimento do turismo no litoral, dificuldade no abastecimento de água, coleta e destinação do lixo e o esgoto gerado  parece não ter solução.
        O tema parece não receber a devida importância, considerando a percentagem que o setor de serviços tem no PIB desses municípios. 
                                                           Praia de  Maragogi-AL

      No município de Maragogi-A, as galerias de esgoto vão dar no mar,  na foto acima isso é bem evidente, além do mal cheiro existe o risco de saúde para o turista que procura suas praias. 

      Saneamento Básico e Turismo devem andar de mãos dadas.  Se o poder público municipal não der a devida importância o problema continuará a existir. 

sexta-feira, 1 de julho de 2011

VALORIZANDO A VIDA NA ÉTICA AMBIENTAL


O ser humano tem se apropriado dos recursos naturais ao longo da história, mas depois da Revolução Industrial ele passou a consumir mais do que necessitava, passando a agir de forma predatória em relação ao meio ambiente, não satisfeito em apenas consumir o que precisa, mas explorando de forma inconsequente os recursos naturais, não se importando com a capacidade de recuperação do meio ambiente.
Diante das alterações visíveis na natureza, cresceu a preocupação com o meio ambiente. “A Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, Suécia, entre os dias 05 a 16/06/1972”, pode ser considerada como pontapé inicial na busca por mais conscientização e conservação do meio ambiente.
A sociedade moderna está fundamentada no consumo. O homem moderno para fazer parte dela precisa ser um consumidor, caso contrario é marginalizado, essa premissa tem levado a exploração nunca antes imaginada, percebe-se rapidamente que os recursos antes abundantes não são mais facilmente encontrados.
Diante desse quadro faz-se necessário uma “reflexão ética sobre o que importa para a nossa sociedade, confrontando com que realmente deveriam ser tomados como valores”. 
A ética foi introduzida nessas discussões para servir de parâmetro na relação do ser humano com o meio ambiente. Nasceu aí a ética ambiental sendo necessária, pois a “conservação da vida humana é hoje compreendida como inserida na conservação da vida de todos os seres”.    
Desde os primórdios da humanidade o homem foi estabelecido como o “centro do universo”, senhor de todos os recursos naturais, dono de tudo, por isso nunca se importou com outros habitantes do nosso planeta.  As constantes discussões vem chama-lo a refletir sobre o seu papel no mundo, não como dono da natureza, mas como parte dela. 
Diante desse quadro nasceu o termo “Ecologia Profunda”, esse movimento proposto por Arne Naes, filosofo norueguês, visa “uma ética que trata da relação do homem com a terra, os animais e as plantas que nela vivem”. Os principais pontos da Ecologia Profunda são:
  • “Harmonia com a natureza”;
  • “Toda a natureza tem valor intrínseco”;
  • “Igualdade entre diferentes espécies”;
  • "Objetivos materiais a serviço de objetivos maiores de auto-realização”;
  • “Planeta Terra tem recursos limitados”;
  • “Tecnologia apropriada e ciência não dominante”;
  • “Consumindo o necessário e reciclando”;
  • “Bioregiões e reconhecimentos das tradições das minorias”.
 Muitos autores deram suas contribuições sobre esse tema, tamanho a sua importância, Albert Schweitzer acrescentou algo mais nessa discussão: “o respeito a vida”.
A vida não pode ser analisada do ponto de vista econômico, e sim do dos princípios éticos, do humano, “sou vida que quer viver e existo em meio à vida que quer viver”. O respeito à vida deve ser o pilar dessa nossa ética.
Deixando de lado o questionamento sobre “se esta ou aquela vida é digna de solidariedade”, deve-se reconhecer que “toda ela deve ser considerada sagrada”.
Peter Singer questiona essa ética dizendo que “a ética da ecologia profunda é incapaz de solucionar os questionamentos a respeito do valor intrínseco de seres vivos individuais”, afirmando ainda, que os seres vivos “só tenham valor por serem necessários à existência do todo, e o todo talvez só tenha valor porque sustenta a existência de seres conscientes”.
Tudo está ligando um ao outro, os efeitos causados pela destruição da natureza serão sentidos de alguma forma pelo homem. Preservar o meio ambiente é um ato de valorizar a vida, não apenas dos animais e plantas, mas principalmente da vida humana.

sábado, 25 de junho de 2011

Comentários sobre o texto "Planejando o Subdesenvolvimento e a Pobreza " de Milton Santos


Milton Santos afirma que o planejamento dos países subdesenvolvidos foi direcionado a atender o interesse do Capital das grandes nações, fazendo com que as nações subdesenvolvidas conservassem sua pobreza.
Segundo J. Timbergen, “a função do planejamento é garantir, dentro da lei e da ordem, um mínimo de segurança e de estabilidade, é proteger a segurança física das pessoas e da propriedade, é promover e estimular o investimento privado.” W. A Lewis completa o pensamento afirmando que “ele constitui uma providência macroeconômica supostamente capaz de criar um clima de confiança entre os investidores”.
                Os itens “segurança, confiança, como também, estímulo ao investimento privado” constantes como termos essenciais para um bom planejamento deveriam ser patrocinados com o “auxílio do Tesouro Publico”.
O estado deveria adotar uma postura de investimento para se alcançar o desenvolvimento tão almejado, mas Milton Santos crítica esse pensamento afirmando que as justificativas utilizadas pelos gestores para concessão de empréstimos a iniciativa privada, significam tão somente a “transferência da poupança dos mais pobres para o bolso dos mais ricos”, já que os recursos dos empréstimos são oriundos dos impostos cobrados da população.
O Neocolonialismo começou a ser implantado nas economias menos desenvolvidas. O domínio armado deu lugar ao domínio ideológico, econômico, subjugando silenciosamente os países mais pobres.
Para alcançar seus objetivos as nações mais pobres foram levadas a crê que deveriam buscar o desenvolvimento, seguindo as orientações dos organismos internacionais, com investimentos em infra-estruturar etc., “foi a época dos grandes projetos com ampla exibição de capital”, dinheiro esse obtido através de empréstimos das nações ricas, e cada vez mais empréstimos foram contraídos resultando num “endividamento permanente e cumulativo”.
Segundo Milton Santos “o planejamento tem tido um papel a desempenhar neste processo. Ele é um desses conceitos-chave criados pelo sistema capitalista como meio de impor por toda parte o capital internacionalizado”.
Observamos nitidamente essa influencia nos mercados comuns, união aduaneira com políticas comuns de regulamentação de produtos e com liberação de circulação de todos os três fatores de produção: terra, capital e trabalho, neles as “barreiras alfandegárias têm sido abolidas ou afrouxadas”. O livre comércio tem sido promovido entre os países com a justificativa de prosperidade para todos, mas não é bem isso que se observa, “o que foi realmente promovido foi o estabelecimento de empresas transnacionais, quando as estatísticas mostram a expansão do comércio inter-regional elas de fato dizem respeito ao comércio entre firmas transnacionais para as quais vão os lucros dessas transações”.
 Os verdadeiros interesses foram colocados de forma oculta, “vem para enganar e disfarçar as reais causas e tendências do planejamento do falso progresso geral e econômico, onde são muitos das vezes, os gestores, isto é, os representantes do Estado que atuam como os principais agentes maquiadores e propagadores de pobrezas,”
“A ciência regional e o planejamento eventualmente se fundiram”. “Umas das funções atribuídas ao planejamento regional é a de racionalizar a estrutura interna de dominação e dependência, a fim de ajustá-las aos interesses do sistema.”
O processo de urbanização ao mesmo tempo representa um resultado e condição do processo de difusão do capital. “A população que lota estas cidades em rápido crescimento constitui mão-de-obra barata e, por sua mera presença, garante o estabelecimento de um estoque de capital fixo”.

O Planejamento Hoje: Do Uso da Força ao Estratagema

“Distinguimos três fases sucessivas. A primeira foi a penetração pela força. Como no caso das outras duas, a penetração começou com a ideologia. Mas em cada uma dessas três fases podemos encontrar elementos de ideologia e de força combinados. O que realmente ocorre nas três fases é um processo de penetração planejado.”
“A segunda fase é marcada pelo desenvolvimento de monopólios na sua forma transnacional, sendo tanto uma conseqüência com uma causa do aumento da concentração de capital. O sistema capitalista é bem sucedido em estabelecer uma maquinaria eficiente para coleta de excedentes, não mais baseada na produção apenas, como na primeira fase, mas também no consumo. Quando os pobres perceberam que tinham sido enganados em suas esperanças e que eram realmente os malditos da terra, o sistema teve que encontrar algo de novo a fim de se manter e continuar prosperando.”
“A terceira fase, ao contrario das outras duas, espalha-se através de todo o Terceiro Mundo. De ora em diante, dever-se-á dar aos pobres a impressão, e não somente a esperança, de que estão emergindo da pobreza. A pobreza não será eliminada, apenas mascarada. Esta nova fase no processo de modernização capitalista conduzirá a uma nova forma de pobreza, a pobreza planejada.”

Resenha Políticas de Conservação e Critérios Ambientais: princípios, conceitos e protocolos

      O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, no seu vasto território observam-se vários ecossistemas: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Campos Sulinos e Ecossistemas Costeiros, que abrigam enorme diversidade de flora e fauna, uma riqueza sem preço. Talvez com tanta riqueza alguns possa afirmar que: um país com  tanto recursos não faltará se explorar um pouco.
     Quando os portugueses chegaram ao Brasil encontraram a Mata Atlântica que se estendia pela costa brasileira, hoje passados 500 anos de exploração resta apenas vestígios  do que um foi o maior ecossistemas do Brasil.
      Como conservar toda essa biodiversidade, pois o mesmo objeto pode gerar pensamentos diferentes: alguns preocupados na conservação das espécies e outras preocupadas na sua exploração.
      No país existem políticas de conservação para “preservar amostras representativas da biodiversidade, seus processos e padrões”, mas para que isso aconteça de fato o atual modelo de desenvolvimento precisa ser refeito, por um modelo de crescimento que realmente tenha preocupação com o meio ambiente.
      Hoje todos os empreendimentos de grande porte precisam ter licença ambiental, mas nenhuns deles deixam de serem realizados por um parecer desfavorável, muitos projetos apresentam medidas de compensação a destruição que irão causar, mas analisando esses empreendimentos depois se verifica o não cumprimento desse acordo.
      “Um exemplo desse descompromisso são os vários empreendimentos não sustentáveis, recentemente aprovados por instâncias governamentais  do Estado de São Paulo, localizados em áreas de prioridade alta, muito alta e extremamente alta, como a região da Serra do Mar e litoral do Estado de São Paulo”.
      Os outros órgãos do governo precisam está alinhados com a política de conservação, por exemplo: não aprovação de financiamentos para empreendimentos comprovadamente prejudiciais ao meio ambiente.
      Na minha visão o sucesso da política de conservação passa pelo apoio da população contribuindo com a não depredação e fiscalização, denunciando todas as agressões e principalmente não comprando produtos que causaram danos ao meio ambiente.