Segundo dados da wikipédia a hidrografia do Brasil
envolve o conjunto de recursos hídricos do território brasileiro, as bacias
hidrográficas, Oceano Atlântico, os rios, lagos, lagoas, arquipélagos, golfos,
baías, cataratas, usinas hidrelétricas, barragens, etc. De acordo com os órgãos
governamentais, existem no Brasil doze grandes bacias hidrográficas, sendo que
sete têm o nome de seus rios principais. Amazonas, Paraná, Tocantins, São
Francisco, Parnaíba, Paraguai e Uruguai; as outras são agrupamentos de vários
rios, não tendo um rio principal como eixo, por isso são chamadas de bacias
agrupadas: Amazonas, Atlântico Leste, Atlântico
Nordeste Ocidental, Atlântico Nordeste Oriental, Atlântico Sudeste, Atlântico
Sul, Paraguai, Parnaíba, Paraná, São
Francisco, Tocantins-Araguaia e Uruguai.
O Brasil possui uma das mais
amplas, diversificadas e extensas redes fluviais de todo o mundo. O maior país
da América Latina conta com a maior reserva mundial de água doce e tem o maior
potencial hídrico da Terra; cerca de 12% de toda água doce do planeta
encontra-se em seu território. Diante desse fartura de água acreditava-se os
recursos hídricos brasileiros eram inesgotáveis.
A população total do Brasil,
segundo dados do IBGE de 2006, é de aproximadamente 186,7 milhões de
habitantes. Sua população urbana é correspondente a 82% do total de seus
habitantes. A densidade populacional média brasileira é de 21,6 hab/km².
A região hidrográfica do Paraná é
a mais populosa com 61 milhões de habitantes (32,7% do total do Brasil) e
densidade populacional igual a 67,2 hab/km². Em seguida vêm as regiões
Atlântico Sudeste com 27,4 milhões de habitantes e possuindo a maior densidade
do país (127,1 hab/km²), e a Atlântico Nordeste Oriental, com 23,4 milhões de
habitantes e densidade de 81,1 hab/km².
Segundo dados do INMET (2007), a precipitação média anual do Brasil (histórico de 1961-2007) é de 1.761 mm, variando de valores na faixa de 500 mm, na região semi-árida do Nordeste, a mais de 3.000 mm, na região Amazônia. A Figura abaixo mostra as médias anuais distribuídas ao longo do país.
Os menores valores de precipitação no País ocorrem nas regiões hidrográficas do São Francisco (1.003mm), Atlântico Leste (1.018 mm), Atlântico Nordeste Oriental (1.052 mm) e Parnaíba (1.064 mm). As maiores precipitações são observadas nas regiões: Amazônica (2.205 mm), Tocantins-Araguaia (1.774 mm), Atlântico Nordeste Ocidental (1.700mm) e Atlântico Sul (1.644 mm).
Relação Entre Demanda e Disponibilidade Hídrica
Segundo o gráfico apresentado abaixo, a situação do balanço hídrico ao longo dos principais cursos d’água do Brasil é bastante confortável, com 73% da extensão dos rios analisados classificados como excelente de acordo com dados de 2007.
Os altos índices da relação demanda total/ disponibilidade hídrica encontrados para o país, devem-se principalmente à Região Hidrográfica Amazônica, que detém 73,6% dos recursos hídricos superficiais e contribui com apenas 4% demanda de retirada do Brasil. Esta região possui todos os trechos de rios analisados com uma relação entre demanda e disponibilidade excelente. As regiões hidrográficas do Paraguai, Tocantins-Araguaia e Atlântico Nordeste Ocidental também possuem situações bastante confortáveis quanto ao balanço hídrico, apresentando acima de 88% de seus rios principais como: “excelente” e “confortável”
A região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental é a que possui a situação mais crítica em relação à demanda e disponibilidade no país, com 91% de seus rios analisados classificados como possuindo situação muito crítica, crítica ou preocupante. Este fato se deve principalmente à baixa disponibilidade hídrica da região, acarretada pela combinação de baixa pluviosidade e alta evapotranspiração.
Também se encontram em situação de risco quanto ao balanço hídrico, as RHs: Atlântico Leste, com 70% de seus principais rios classificados com situação “muito crítica”, “crítica”, e “preocupante”; Atlântico Sul, com 59%; e São Francisco, com 44%.
Também se encontram em situação de risco quanto ao balanço hídrico, as RHs: Atlântico Leste, com 70% de seus principais rios classificados com situação “muito crítica”, “crítica”, e “preocupante”; Atlântico Sul, com 59%; e São Francisco, com 44%.
De Abundante a Raro
Estudosos prevêem que a água será o principal motivo de conflito entre nações em um futuro próximo. Há sinais de tensão em regiões como África e Oriente Médio. No entanto, os brasileiros, que sempre acreditaram ter fontes de água inesgotáveis, estão assistindo an uma escassez de água em algumas de suas cidades. A principal causa de problemas é a distribuição desigual. O Brasil tem o privilégio de ter 12% da água doce superficial do mundo.
A distância entre fontes e centros consumidores é outra preocupação. Isso é o caso da Califórnia (EUA), que depende até de neve derretida do distante Colorado para ser suprida. Além disso, a cidade de São Paulo também é o caso porque, embora nasça na confluência de vários rios, a poluição a tornou impraticável para usar as fontes próximas e a obrigou a usar água de bacias distantes, alterando os cursos de rios e a distribuição natural da água na área. A proporção de água sem tratamento no Brasil aumentou quase 30% nos últimos dez anos, mas a proporção de água sem tratamento aumentou quase o dobro (de 3,9 por cento para 7,2 por cento). Além disso, o desperdício ainda assusta, representando 45% de toda a água disponível pelos sistemas públicos.
A água para beber está se tornando cada vez mais cara na Zona Costeira e a água limpa está se tornando cada vez menos comum. Essa situação é resultado da maneira como a água disponível é usada, com desperdício, que varia de 50% a 70% nas cidades, e sem atenção à qualidade. Devido à industrialização, urbanização e produção agrícola, que são incentivadas, mas não organizadas em termos de preservação ambiental e da água, uma parte da água no Brasil já perdeu sua característica de recurso natural renovável, principalmente nas áreas densamente povoadas.
O aumento da demanda, o desperdício e an urbanização descontrolada, que afetam as áreas de mananciais, são fatores diretamente relacionados aos problemas de abastecimento nas cidades. Na área rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, além de uma parte da mata ciliar, que protege a bacia, ser destruída para an agricultura e a pecuária. Os agrotóxicos e dejetos usados nessas atividades frequentemente também poluem a água. O quadro de poluição está relacionado à baixa eficiência das empresas de abastecimento. Roubo e vazamentos perdem 40% a 60% da rede de distribuição, e 64% das empresas não coletam o esgoto gerado. Como 90% dos esgotos domésticos são desperdiçados, an implementação do saneamento básico é inadequada.
Mais Renda Líquida
A extração de água para consumo em cidades brasileiras aumentou 25% desde a década de 1990. Esse aumento é o dobro do avanço do PIB per capita dos brasileiros no mesmo período. O consumo de água aumenta com a renda. A quantidade de água usada na fabricação de alimentos e roupas foi chamada de "pegada hídrica". O conceito e os cálculos desenvolvidos na Universidade de Twente, na Holanda, permitem visualizar em números o impacto da mudança da dieta de pessoas que enriqueceram rapidamente. O mundo hoje gasta uma quantidade significativa de água.
Secas, inundações e água de beber
As mudanças climáticas devem alterar a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos. Em relação à quantidade, pesquisas mostram que a disponibilidade de água tende a diminuir enquanto a demanda por água tende an aumentar, principalmente em áreas de baixa latitud, como o semi-árido do Brasil.
Em 2007, 2,4 bilhões de pessoas vivem com saneamento inadequado e 1 bilhão sequer tem acesso à água potável de qualidade, de acordo com uma apresentação feita pela Agência Nacional de Águas por Carlos Nobre, um pesquisador do INPE e do IPCC.
O professor Eneas Salati, diretor-técnico da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, explica que com vazões mais baixas e temperaturas da água mais elevadas, os efeitos da poluição nos corpos hídricos serão mais intensificados, o que resultará em uma redução ainda maior na disponibilidade e na qualidade do água. "Mesmo nas áreas em que houver aumento de vazões, prevê-se uma diminuição da qualidade, tanto pelo aumento da temperatura como pela carga poluente proveniente do escoamento superficial e da superação da capacidade das estações de tratamento e dos sistemas de esgotamento sanitário", afirma.
Salati aponta que as mudanças nas temperaturas do ar e do mar terão um impacto na distribuição espacial e temporal dos índices de evaporação e umidade no ar. Isso aumentará a probabilidade de eventos hidrológicos significativos, como chuvas mais fortes em locais específicos e secas mais prolongadas em regiões que já sofrem de escassez de água. A ocorrência de chuvas mais intensas eleva o nível dos rios e alaga as várzeas, causando enchentes.
A alta impermeabilização do solo em áreas urbanas dificulta an absorção de água, aumentando a probabilidade de inundações e deslizamentos de encostas. Estiagens mais longas podem causar colapsos no abastecimento de água em várias áreas urbanas adensadas, incluindo as principais metrópoles.
A elevação do nível do mar e an infiltração de água salina nos lençóis subterrâneos, que fornecem energia a grande parte das cidades litorâneas do país, constituem outra preocupação para as áreas urbanas costeiras. No processo de planejamento do uso dos recursos hídricos, todos esses elementos devem ser levados em consideração, e também devem ser estudadas estratégias para diminuir os efeitos desse processo.
Fonte:
http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/abr_nacional.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrografia_do_Brasil#cite_note-2
http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/abr_nacional.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrografia_do_Brasil#cite_note-2
http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/abr_nacional.htm
http://www.socioambiental.org/esp/agua/pgn/
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/populacao-falta-agua-recursos-hidricos-graves-problemas-economicos-politicos-723513.shtml
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/151